As notas deixaram de ser emitidas pela Casa da Moeda em 2004. Colecionadores explicam o que agrega valor a notas e moedas antigas.
As notas de R$ 1 deixaram de ser emitidas pela Casa da Moeda,vinculada ao Ministério da Fazenda, em 2004, e de lá para cá setornaram alvo da cobiça de colecionadores. Uma série específica dacédula, que começa com B e termina com A, chega a valer R$ 120.
“Mas esse preço se elas forem absolutamente novas, sem dobras e em perfeito estado de conservação. Se tiver uma dobra, umamancha ou algo assim já perde o valor”, explicou o presidente daSociedade Numismática Paranaense, Denis Renaux. As demais, maisrecentes, valem R$ 5, acrescentou Renaux que coleciona moedas ecédulas desde criança.
Os colecionadores explicam que o valor das notas não é estipuladoaleatoriamente e que, anualmente, é editado um catálogo quedescreve as moedas e conforme os anos, o material e o estado deconservação é sugerido um preço de comercialização.
Aqueles que têm como hábito guardar uma nota de R$ 1 na carteiraestão perdendo dinheiro, brincou o colecionador. O ideal é que seguarde em álbuns adequados para evitar dobraduras. Ele contouque muitas pessoas tentam vender notas antigas, porém, as cédulasnão são conservadas e, no olhar apurado dos colecionadores,perdem valor.
No caso destas notas de R$ 1, o valor agregado está também napequena quantidade que foi emitida. Ela é de 1995, um ano após aadoção do Real como a moeda nacional, e foi impressas em poucaquantidade. A estimativa, disse Renaux, é de que, no máximo, 100pessoas tenham esta cédula no Paraná. “E a tendência é que, com o tempo, elas passem a valer mais”.
Esta valorização acaba transformando o hobbie de colecionar em uminvestimento financeiro. Alguns numismatas têm em mente que aaquisição de novas moedas funciona como uma aplicação, que podetrazer retorno. “Além de gostar, também é um investimento. Aspessoas não querem se desfazer, mas se, eventualmente,precisarem seria um bom ativo”, explicou.
Um lote de 1998 da moeda de R$ 1, que no verso faz menção aosdireitos humanos, também já é difícil de encontrar.
“Essa ficou difícil e vale em torno de R$ 15”, lembrou Renaux. Assimcomo no mercado de negócios, quem tem visão pode se antecipar eter mais 'lucros'.
As moedas comemorativas, normalmente, valem mais. De olho nestaprovável valorização, Renaux guarda a moeda que homenageia a passagem da bandeira olímpica de Londrespara o Rio de Janeiro, que será sede da próxima edição da competição, em 2016.
A adesão de novos colecionadores contribui para que as moedas e notas fiquem mais caras, afinal, mais sãomais pessoas em busca das raridades. Há 20 anos, Roberto Argolo decidiu entrar no mercado. Ele já trabalhavacom antiguidades, contudo, viu na especificidade das notas e moedas um bom nincho de mercado. “É questãoprofissional. Você vai trabalhando com uma coisa, aí o mercado vai te puxando para alguma coisa e você vê oque o pessoal coleciona mais. A parte de moeda tem um campo muito grande, por isso eu comecei a vender”,afirmou Argolo.
Ele contou que já vendeu uma nota antiga por R$ 1 mil e que os mais jovens, que estão entrando agora nesteramo, tendem a comprar as moedas mais baratas. Os colecionadores mais antigos são mais exigentes ecriteriosos na hora de comprar. "Qualquer coisinha eles questionam", comentou.
A paixão numismática, muitas vezes, é passada de pai para filho. Mas, também é possível vê-la desperta na feiralivre que ocorre todos os domingos, no Largo da Ordem, em Curitiba. Alguns membros da SociedadeNumismática Paranaense se encontram no local e também expõem as moedas e notas repetidas.
Colecionador há 30 anos, Baltazar Backus contou que há 19 anos toca uma das barracas na feira. "Criançasempre guarda moeda e às vezes elas vêm com pai e usam a mesada para compra umas mais antigas", contou.
Encontro Nacional
Na sexta-feira (28) e no sábado (29), Curitiba será sede do 47º Encontro Nacional de Colecionadores. É aoportunidade de se trocar e comercializar moedas e notas com os demais colecionadores do país.
(Informações G1)